Ser ou não ser, eis a questão...
O que é a vida senão um mata-borrão
Onde pontículos atestem
A presença de um risco?
Viver cinqüenta, cem ou mil anos,
Pálido júbilo dos enganos
Nada dura e tudo se consome...
Ainda que eu seja e tenha um nome
Mais será o tempo do meu não-ser...
Hei de passar séculos, milênios
Ou eternidade infinita,
Misturado ao húmus da terra,
O que é a vida neste mundo
Se por tão pouco tempo
O coração confrange e berra?
O que é o nascer e morrer
Ante a eternidade do não sei...
Pouco, muito pouco é o que amealhei
E nada do que junto posso levar...
A morte se encarrega de tudo espalhar...
E o lugar que ocupo
Será ocupado por outro...
Como dizia Salomão:
Vaidade das vaidades...
Eis a questão!
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