Oh! Não nos esqueçamos de nossa sensibilidade,
Nunca desprezemos a capacidade da emoção,
O brilho intenso que transtorna nossos olhos
Fazendo-nos refletir...
Nunca deixemos de lado
O sentimento que fustiga nosso peito
Ante a imagem do sofrer ou do sorrir...
Não deixemos que a rotina dos dias,
A brevidade dos encontros,
A canalhice de alguns,
A mediocridade nas ações alheias,
Fechem nossos olhos ao sofrimento,
Às lágrimas provocadas pelo vento,
À triste ruptura das candeias...
Não nos esqueçamos das lâmpadas que se quebram,
Dos vasos que se rompem,
Dos corpos que são assolados,
Das árvores que se vergam às intempéries da vida...
Há decepções mais dilacerantes,
Há angústias mais profundas
Que a mais sangrenta ferida...
Há sonhos desfeitos
Que suscitam verdadeiras tempestades,
Há palavras que ferem bem mais
Que lâminas cortantes e pontiagudas...
Somos simples mortais
Esperando que nossos risos, nossos ais
Não caiam nas orelhas de cabeças surdas...
Somos iguais
E igualitariamente submetidos a tristezas e alegrias...
Sejamos também iguais
Na solidariedade que movimenta nossos dias...
Oh! Não deixemos nossa capacidade
De enxergar nos outros, os sonhos e decepções
Que há dentro de nós...
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