Escrever é prático,
Mas não traduz na prática o que escrevo.
Estou muito longe de agir ou ser
Do modo como me vejo.
Dizer que não concordo
Digo sempre e sempre quando quero,
Mas não faço o que digo
Nem que me dêem dez ou zero.
Frente à folha de papel
Que não pode me ferir ou criticar,
Jogo tinta o quanto quero
Sem medo de me borrar.
Mas se surge lá na curva
Um cassetete ou frase ríspida ao contrário,
Escondo-me debaixo da cama
Ou me tranco no armário.
Sou como toda a gente
Um falastrão sem papas na língua,
Desde que não arrume confusão
Ou um raio não me atinja.
Como já dizia Paulo:
A fé sem as obras é morta.
A palavra sem ação,
É torta...
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